terça-feira, 7 de outubro de 2008

Conta-se que os anacoretas orientais usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais, dessa forma, nos conventos medievais os irmãos leigos, dispensados da recitação do Saltério, pela pouca familiaridade com o latim, completavam as suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos, e para a contagem o Doutor da Igreja, São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados num barbante.
Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão. "Quero que saiba que, a principal peça de combate tem sido sempre o saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do novo testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu saltério". Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas - por isso Rosário - é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Nossa Senhora em todas as suas aparições.
"Ameaçado o cristianismo por uma avançada militar do Império Otomano, que estava para entrar na Europa, trazendo, não só suas armas, mas também sua cultura, sua religião muculmana - a Igreja inteira, estimulada pelo Papa, se empenhou, rezando pela vitória das armas cristãs, na grande e decisiva Batalha de Lepanto, a 7 de outubro de 1571.
O Papa S. Pio V, que havia pedido a toda a Igreja que recitasse o Rosário na intenção da vitória, instituiu, em ação de graças, a festa litúrgica de Nossa Senhora do Rosário. Mas quem, afinal, introduziu nas Ladainhas Lauretanas a invocação: "Rainha do Santo Rosário, rogai por nós", foi Leão XIII, em 1833.
Não é ao Rosário que se visa em primeiro lugar, mas à Virgem, cuja lembrança se cultua tão particularmente nessa oração. De fato, Maria é ali incansavelmente invocada, sua memória louvada, sua figura voltando sem cessar aos lábios e às mentes.
Mas é muito importante, aqui também, como em tudo o que se refere a Maria, ressaltar o sentido cristológico da invocação e do título, "Rainha do Santo Rosário". Porque o Rosário não é apenas uma louvação oral. É, muito profundamente, uma oração meditativa. E a meditação nos conduz a pensar amorosamente nos mistérios da vida de Jesus, "dentro do horizonte do mundo e da vida de Maria". É Maria nos levando a participar do universo de seu pensamento e do seu coração, que todo se move em torno de Jesus. A gente vai, Maria nos conduzindo pela mão, comungar da própria ação salvífica de seu Filho. De fato, nós vamos passando pela infância (mistérios gozosos), a Paixão (mistérios dolorosos), até chegar à Ressurreição e à vida depois da morte ( mistérios gloriosos), com essa particularidade: tudo vem iluminado pelo olhar, pela perspectiva, o ponto de vista da Mãe, da mulher. E mesmo da Mulher, Hawwáh, Hevah, quer dizer Eva, a "primeira" mulher, a mãe de todos os viventes, fonte da vida, que, infelizmente, se transformou, pelo pecado, em fonte da morte também. Mas a "primeira" Mulher, a verdadeira Hawwáh ( que quer dizer VIDA), reapareceu em Maria, a quem Jesus chamava sempre, por isso mesmo de Mulher, Hawwáh.
O Rosário nos leva a ver Jesus de uma perspectiva que revela a visão feminina da vida e dos mistérios dele. É um pouco disso que procuramos recuperar quando chamamos a Maria de Rainha do Santo Rosário. ¹


¹ RANGEL, Paschoal. Maria, Maria... Ladainha: Invocações e metáforas feitas para Louvar. Belo Horizonte: Editora O Lutador, 1991

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008












DIA MUNDIAL DOS ANIMAIS - DIA UNIVERSAL DA ANISTIA - DIA DA NATUREZA

quarta-feira, 1 de outubro de 2008