segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Santa Rosa de Viterbo - João Paulo II e Bento XVI



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The Pope speaks to Santa Rosa
by Nicola Moncada
Translated from
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Sept. 6, 2009


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The impression was quite clear. The Pope, standing next to her, spoke with Rosa.
The longuage, not earthly, was inaudible to those present. Nonetheless, eloquent.

And something happened - between the Pope who, after venerating her remains,
walked up to her urn, almost caressing it with his hand,
and the saint who, eight centuries ago, became a humble 'handmaid of Christ'.

The Pope, motionless, head inclined slightly, contemplated the saint.
And it was as though, through the glass, there was someone watching over
this face-to-face in which something seemed to pass between the two interlocutors.

Words that cannot be said in a human language, but which, in another 'order' of reality,
was a long discourse. Very tender, subdued, firm.

It was only minutes earlier that the Pope entered the Shrine.
He was welcomed by the Poor Clares
[who run the Clarisse monastery of Santa Rosa), their Mother Superior and little girls aspiring
to become novices.

Next to the Pope, discreetly stepping aside, or providing information when necessary,
was the Bishop of Viterbo, Mons. Lorenzo Chiarinelli.

In a church that was silent, near-empty but 'engrossed', the Pope knelt. And prayed.

After that, he rose to meet the saint.
Then, he stopped to look at her heart in a reliquary to the right of the urn.

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On the left, a table. On it, a brand new papal zucchetto in a box, handmade by the Poor Clares
[He wore it briefly, then left it to them as a memento);
a parchment with the sisters' petition for the Pope's Apostolic Blessing; and an impressive
historical document: an old parchment about half a meter long and several centimers wide, on which,
in Rosa's time, or shortly thereafter, an anonymous chronicler had written the manuscript now known as
 'Vita I' - the first written story of the saint. The original, one might say.
(In Vita II, othere miracles were attributed to Rosa - those familiar from Franciscan tradition.)

That parchment also has the first image of Rosa - a rather stylized sketch - a face that is tender and rapt,
with a slightly prominent chin, her eyes downcast.

It is very moving, this Vita I, which is normally kept jealously in the archive of the Basilica,
and whose lines still seem to emit the spiritual effusion of the saint.

Afterwards, before leaving the Basilica, the Pope was presented with a a delegation of 'mini-facchini'
[children aspiring to become facchini, or 'bearers' of the saint's legendary Macchina when they come of age].

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The Pope, not bound by protocol, showed his great humanity with the children.
he spoke to them like a father, but also, like one of them.


From the Monastery's brochure: John Paul II venerates the Rose of Viterbo during his 1984 pastoral visit.
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Images of Santa Rosa: Below left, the sketch found in Vita-I; right, a 1999 anthropological reconstruction of what Rosa could have
 looked like at age 17 - scientists worked with the anthropometric data from her mummified body.
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NB: I have been unable to find any information online o8 when and how and why the body became mummified.

[Modificato da TERESA BENEDETTA 10/09/2009 03:53]
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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude no Brasil


Prós e Contras: o que sabemos?
__Trata-se, aqui, de uma avaliação econômico-contábil__
Antes me identifico.  Chamo-me Cláudio Rangel: moro em Niterói; sou Arte Educador (Unilasalle-RJ); Bacharel em Direito (UFF), com pós-graduação em Teoria Jurídica e Práticas Sociais (UFRJ); com Aperfeiçoamento em Antropologia Social (CNPq); Engenharia de Produção (UFRJ); perito em Escrituração Fiscal (Serviço Nacional do Comércio). Atualmente, sou graduando em Administração de Empresas e em Licenciatura Plena em História, ambas na Unilasalle-RJ. Mas, isto não quer dizer nada. O importante, aqui, para esclarecimentos, é que sou cristão, e Católico – portanto, tenho um compromisso com a Verdade -, e devo informar pontos positivos e negativos de um evento, que eu sou inequivocamente favorável, mesmo que isto signifique desqualificá-lo. O julgamento caberá aos leitores. Mas, devo apresentar os dados concretos que possuo, pois esta é minha formação e obrigação.
Preliminarmente, também, é preciso informar que  a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será o evento mais complexo do Rio, representando um desafio maior do que a Copa e a Olimpíada, segundo o próprio Presidente da Rio Eventos (confira, aqui).

CONTRA

O seguinte cartaz está circulando na internet:

O que é verdade?
Os "cofres públicos" - ou seja, recursos do Governo - estão realmente sendo usados para a realização de um evento de natureza religiosa  na Cidade do Rio de Janeiro. E o Estado brasileiro é laico. Portanto, assiste razão aos que dizem que, por ser o Estado brasileiro laico, não deveria dispor recursos em eventos religiosos. Mas, em primeiro lugar, o "quantum" está incorreto. Na verdade, o montante dispendido é MAIOR do que o panfleto acima insinua, e envolve as três esferas de governo: União, Estado, e Município.  Somente a União - o maior aporte - tem previsão de gasto de R$ 111,5 milhões e os governos do Rio (Estado e Município) - não informaram ainda com precisão - estima-se em mais de R 30 milhões. Confira aqui.

O que representam estes gastos?


São de ordem diversa. Referem-se a gastos com:
a) SEGURANÇA PÚBLICA, como qualquer grande evento - inclusive as manifestações que assolam o país, no momento. São esperados mais de 2 milhões de peregrinos. Isto é obrigação do Estado, em qualquer evento da espécie. Não é, como se alardeia, dinheiro destinado a um "evento privado". Tratando-se, ainda, da presença de Chefe de Estado, o Papa, é obrigação diplomática calcada em Direito Internacional. Dos 111,5 milhões da União, citado acima, mais de 70 milhões serão destinados somente a estas ações de segurança referente às forças armadas (confira aqui). (Para se ter uma ideia, a visita do Presidente Obama, em 2011, custou R$ 120 milhões POR DIA). O Vaticano não tem culpa se quando a Presidente Dilma vai lá, a segurança que o Vaticano oferece é o da Guarda Suíça, a mesma do Papa, que é muito mais barata. E o Vaticano só tem 0,44 km². 
b) aparelhagem e melhoria no que concerna aos serviços públicos infraestruturais onde ocorrerão os encontros por toda a cidade - como em Guaratiba, onde está sendo preparado o chamado "Campus Fidei" (no terreno acima), e feitas melhorias na localidade do entorno, como asfaltamento das ruas, etc.
c) utilização dos SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE, que está sob fiscalização do Ministério Público, no momento. [ Confira o link anterior, e este artigo Justiça dá Prazo para Prefeitura explicar Licitação. E o próprio processo no Tribunal de Justiça do ERJ, já com decisão, onde se lê "“É inafastável registrar que o acontecimento não se restringe a peregrinos estrangeiros, sendo muitos brasileiros, cariocas, idosos, jovens ou crianças, contribuintes do serviço público, não se podendo atribuir a tal evento a natureza exclusivamente privada. A Jornada Mundial da Juventude, além de prioritariamente congregar pessoas, dá visibilidade ao Brasil, incrementa empregos e estimula a economia”].
d) e outras indispensáveis, como a ocupação do CORPO DE BOMBEIROS, a LIMPEZA URBANA, ENERGIA, TRANSPORTE, etc.
Enfim, toda a infraestrutura da Cidade do Rio de Janeiro, aplicada quando se realizam grandes eventos - como o Carnaval, o Rock in Rio, ou uma Parada GAY -, estarão disponíveis, também, para a Jornada Mundial da Juventude, devido a sua complexidade e grandeza. Mas é importante que se diga que o próprio Prefeito Eduardo Paes confessou publicamente que quem paga pela Jornada Mundial da Juventude é a Igreja Católica (confira aqui). 
Todos os gastos, entretanto, dispendidos pela Prefeitura - ou pelo Estado e União - dentro da competência de cada um, devem ser apreciados e julgados sua lisura por Tribunal de Contas. O que podemos questionar é se o mesmo fará isto corretamente e aplicará a lei ao caso, se houver desvio.

O nosso Estado é laico.

Correto. Mas também são laicos os estados onde foram realizados estes eventos, anteriormente, como: Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha. Austrália, Argentina, França... (veja aqui a relação completa).

A pergunta que não quer calar é:

Por que estes países aceitaram disponibilizar seus recursos públicos  para uma JMJ, sabendo-se que não se admitiria neles, jamais, aplicar tais recursos, a fundo perdido, em um evento religioso?

Antes de mais nada, porque têm OBRIGAÇÃO, como garantidores da ordem e bem-estar público em seus territórios e, se houver visita do Papa, conjuntamente, como dever diplomático. Além disto, que é básico, pelas razões que - aqui especificamente considerado o Brasil, mas que é válido para os demais países citados -  veremos a seguir:

A FAVOR (ver NOTAS)

1 - A Jogada Mercadológica

A JMJ é um evento - como a Copa e a Olimpíada - de repercussão mundial. A imprensa de quase todo mundo cobrirá este acontecimento colocando em evidência o Brasil, e particularmente, a Cidade do Rio de Janeiro. Uma publicidade GRATUITA de valor altíssimo, que estimulará muito o fluxo turístico ao Brasil, só aquilatado a médio e longo prazo, juntamente com os dois outros eventos citados.

2 - O Lucro esperado da JMJ no Brasil

2.1 - O exemplo de Madri, Espanha.

PricewaterhouseCoopers, firma de consultoria e auditoria independente, foi contratada para dar um parecer sobre o evento naquela capital espanhola. Muitos protestos, até passeatas, ocorreram em Madri por grupos contrários à JMJ. A PricewaterhouseCoopers apresentou o resultado econômico da realização deste evento, que ocorreu em plena Grande Crise Financeira Global de 2011. O lucro direto computado foi da ordem de € 354 milhões (em Real aproximado, cotação de 10/07/2013, R$ 1 Bilhão e 36 milhões - veja aqui).
Os prognósticos são que o evento no Rio de Janeiro será muito maior. Particularmente, depois que o Cardeal Bergoglio - um latino-americano, argentino - foi eleito Papa Francisco. Em termos de peregrinagem só deve ficar atrás de Manilha (Filipinas) que reuniu 5.200.000 pessoas.

2.2 - Lucro direto computável previsto.

O cálculo é simples e qualquer um pode fazer. O custo médio para despesa de um peregrino gravitará em torno de R$ 1.000,00. Este valor é MÍNIMO SIMBÓLICO, só para efeitos de cálculo. Sabemos que é muito superior a isto. Somente a taxa de inscrição no pacote que o peregrino estrangeiro mais utiliza é de R$ 608,00 - veja aqui os valores dos pacotes. São 6 dias de presença somente no Rio de Janeiro. É costume dos grupos de peregrinos, entretanto, em todas as jornadas, fazerem incursões turísticas - e gastos inevitáveis, em consequência -, na própria cidade e pelo país. O peregrino não ficará, enquanto estiver aqui, de joelhos o tempo inteiro. Passeará, se divertirá e gastará bem. O valor de R$ 1.000,00, portanto, é uma MÉDIA MÍNIMA "per capita", embora uma boa parte faça despesas muito maiores. Já participei de jornada no exterior e é assim. O gasto de um peregrino numa JMJ, por seu perfil, contudo, é um pouco inferior do que o do turista normal, em viagens ao exterior, pois boa parcela dos peregrinos não dispõe de muitos recursos. Estes, menos aquinhoados, são amparados pelo trabalho e ajuda de uma imensa rede de solidariedade e voluntariado.
Não computamos o valor do trabalho do voluntariado, mas, trata-se de uma atividade econômica, como qualquer outra, podendo ser dimensionada - é uma "economia informal" - contudo depende de cálculos complexos seu dimensionamento.

Então vejamos:

Custo MÍNIMO "per capita": R$ 1.000,00
Número ESTIMADO de peregrinos: 2.500.000 (entre estrangeiros e nacionais)

Aritmética simples:  2.500.000 x R$ 1.000,00 = R$ 2.500.000.000

Ou seja 2 BILHÕES e QUINHENTOS MILHÕES em REAL.

Não foi computado acima os valores que entram - e que, estes sim, fazem parte dos itens que financiam diretamente o evento - mediante:
a) Doações de Pessoas Físicas e Jurídicas: veja aqui.
b) Receita de Utilização da Marca "Coração Peregrino": veja aqui. (estima-se em R$ 500 milhões, como verificaram no clipping da Casa da Moeda)
c) e outros que seria cansativo enumerar.
Estes são recursos próprios da Igreja.

Enfim, o que importa saber é que os gastos DA JORNADA, especificamente, estão sendo custeados pelo próprio Instituto Jornada Mundial da Juventude, através de inúmeras fontes, e NÃO pelo Estado. Este só entra com os requisitos infraestruturais indispensáveis, e de OBRIGAÇÃO do Estado, por lei.

2.3 - Lucro indireto = ???

O cálculo é complexo e imprevisível para nós, simples mortais. Deixo isto para os economistas do Ministério da Fazenda, do BACEN e do Ministério do Turismo. E com você, caro leitor, se for capaz de fazer alguma projeção neste sentido. Mas, posso te garantir, o mais inepto economista ou administrador vai te informar, certamente, que o montante do "lucro indireto" deste evento supera em muito o montante do "lucro direto" aqui computado. Coloco, apenas, um valor MÍNIMO SIMBÓLICO: R$ 1.500.000,00.

Do exposto, posso afirmar que a injeção de capital proporcionado em virtude da realização da Jornada Mundial de Juventude, no Brasil, será NO MÍNIMO da ordem de:

R$ 4.000.000.000  - Ou seja,  R$ 4 BILHÕES.

Daí eu ter feito uma piadinha com base no factoide que está circulando pelas redes sociais, e apresentado no início deste estudo:


Aqui, aparece a "outra pergunta que não quer calar": o que o Estado fará quando se apropriar desta riqueza? Vem-me à mente uma palavrinha "mágica": CORRUPÇÃO! O flagelo deste país.

3 - Uma exposição milionária.
Antes de encerrar este opúsculo despretencioso, devo informar sobre a Exposição A Herança do Sagrado: Obras-primas do Vaticano e de museus italianos", que transcorre no MNBA. Uma realização do Pontifício Conselho para os Leigos, do Comitê Local da JMJ (COL), da Fundação João Paulo II. Apesar do alto custo desta exposição, inédita na América Latina (alguns milhões de dólares), ela foi doada ao povo brasileiro, a fundo perdido. Como calcular, em valor econômico, os benefícios sócio-educativos de algo deste tipo?  


Bem, isto é o que eu sei. O resto é com você. Julgue se é bom ou ruim, para o Brasil, cujo Estado é laico – assim como todos os outros que receberam este evento -, receber o Papa Francisco para uma Jornada Mundial de Juventude. E se representa, ou não, um benefício imenso para a economia e a população.

De minha parte, eu só tenho a dizer:




___________ Cláudio Rangel



NOTAS:
1 - Passagens Aéreas por todo o Brasil - Confira Aeroportos terão 700 mil passageiros na JMJ - Tente apurar o valor desta movimentação levando-se em conta, APENAS, o preço MÍNIMO de um bilhete do menor trecho (Rio-São Paulo, por exemplo);
2 - Hotelaria e Serviços (somente no Rio de Janeiro) - Confira Gasto diário durante a JMJ segundo companhias de turismo - Tente apurar o VALOR MÍNIMO TOTAL levando-se em conta que o Rio de Janeiro tem capacidade para 67.000 leitos (confira aqui)  e considerando-se que a ocupação da rede de alto padrão (de 3 a 5 estrelas) já está em 57% (confira aqui), e de albergaria chega a 100% (confira aqui).
A maioria dos peregrinos, entretanto, ficarão em casas de família o que não nos permite efetuar um cálculo simples pois trata-se de uma "economia informal"; desconsidere este valor, portanto, mas sem esquecer de que são previstos 2.500.000 usuários, no mínimo;
3 - Os gastos apurados no item 2 devem ser estendidos a outras cidades brasileiras no que se refere aos peregrinos estrangeiros pois, como é prática neste evento, estes chegam dias antes do início da JMJ, ou permanecem no país até alguns dias depois, realizando atividades turísticas normais;

4 - Os dados deste trabalho têm sido atualizados, diariamente, à medida que começam a surgir na imprensa notícias sobre este impacto econômico, de fontes oficiais e inidôneas, que eu só fiz aqui, através de cálculos básicos, fáceis de serem repetidos por qualquer estudante de ensino fundamental, mas que foram ANTECIPADOS por mim, com o único intuito de DESMISTIFICAR e CALAR os detratores desta polêmica visita do Papa para a Jornada Mundial da Juventude, pois estes NÃO TÊM A MENOR NOÇÃO DO QUE ESTÃO FALANDO.  O Estado LAICO brasileiro dá "Graças a Deus", e ao bolso, por Sua Santidade ter-lhe dado a honra de uma visitinha.






ENFIM,  O  PAPA NO BRASIL...


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Totus Tuus

"Totus tuus ego sum, o Maria, et omnia mea tua sunt" 
**Sou todo teu, ó Maria, e tudo o que é meu é teu**



domingo, 19 de maio de 2013

Vigília de Pentecostes - Discurso do Papa Francisco

Vigília de Pentecostes - Discurso do Papa Francisco na Praça de São Pedro

(Tradução: Erica Ramminger)


Primeira Pergunta das Associações Laicas
“A verdade cristã é atraente e persuasiva porque é uma necessidade profunda da existência humana, anunciando de forma convincente que Cristo é o único salvador de tudo no homem e de todos os homens”. Santo Padre, essas suas palavras nos cativaram profundamente: elas exprimem de maneira direta e radical a experiência que cada um de nós deseja viver, sobretudo no “Ano da Fé” e nessa peregrinação que nos trouxe aqui hoje à noite. Estamos diante do senhor para renovar a nossa fé, para confirmá-la e para reforçá-la. Sabemos que a fé não se adquire de uma só vez. Como dizia Bento XVI na Porta Fidei (Porta dos Fiéis): “a fé é um pressuposto óbvio”. Essa afirmação não se refere somente ao mundo, aos outros, às tradições das quais somos provenientes: essa afirmação se refere, antes de tudo, a cada um de nós. Por muitas vezes, percebemos como a fé é uma semente de novidades, um início de mudança, mas o esforço depois é o de investir na totalidade da vida. Ela não se torna a origem de todo o nosso conhecer e agir”.
Santidade, como o Senhor pôde alcançar na sua vida a certeza da fé? E qual a estrada que se indica para que cada um de nós possa vencer a fragilidade da fé?

Resposta de Papa Francisco

Boa Noite a todos!
Estou feliz por vos encontrar esta noite e por estarmos todos reunidos nessa praça para orar, celebrar a união e para esperar o dom do Espírito Santo. Eu já tinha conhecimento a respeito das vossas perguntas e já havia refletido sobre elas – isso, claro, vocês já sabiam! Primeiro, a verdade: eu tenho suas perguntas aqui escritas.
A primeira: “como o senhor pode alcançar em sua vida a certeza da sua fé; e qual a estrada que se indica para que cada um de nós possa vencer a fragilidade de nossa fé?” – é uma pergunta histórica, porque se refere a minha história, e história da minha vida.
Eu tive a graça de ter crescido em uma família cuja fé se vivia de modo muito simples e concreto; mas foi, sobretudo a minha avó, mãe de meu pai, que me ensinou o caminho da fé. Ela era uma mulher que nos explicava sobre a fé, que nos falava de Jesus e que nos ensinava o catecismo. Lembro-me sempre que toda Quinta-feira Santa ela nos levava, à noite, na procissão das velas, e ao final da procissão chegava o “Cristo Sepultado”, e nossa avó nos fazia (a nós, crianças) ajoelhar e nos dizia: “Olhai: está morto, mas amanhã ressuscitará”. Eu recebi o primeiro anúncio cristão dessa mesma senhora, da minha avó! Isso é muito lindo: o primeiro anúncio em casa, com a minha família. E isso me faz pensar no amor de tantas mães e de tantas avós na transmissão da fé. São elas que transmitem a fé. Isso acontecia também nos tempos antigos, porque São Paulo dizia a Timóteo: “Eu me lembro da fé de sua mãe e sua avó” (2Tm 1,5). Todas as mães que estão aqui presentes, todas as avós, pensem nisso! Transmitam a fé! Porque Deus se coloca ao lado daqueles que ajudam em nosso caminho de fé. Nós não podemos encontrar a fé no abstrato: Não! É sempre uma pessoa que nos indica, que nos diz quem é Jesus, que nos transmite a fé, que nos dá o primeiro anúncio. E assim foi a primeira experiência de fé que eu tive.
Mas houve um dia pra mim que foi muito importante: 21 de setembro de 1953. Eu tinha 17 anos. Era o “dia do estudante”, para nós, o dia da primavera, para vós, é o dia do outono. Antes de ir para a festa, passei na paróquia que eu frequentava e encontrei um padre, que eu não conhecia, e senti necessidade de me confessar. Essa foi para mim uma experiência de encontro: encontrei alguém que já me esperava. Não sei exatamente explicar o acontecido, não me lembro, não sei por que exatamente aquele padre que eu não conhecia estava lá, ou porque eu tinha sentido aquela necessidade súbita de me confessar, mas a verdade é que alguém esperava por mim. E estava já me esperando há tempos. Após a confissão, senti que alguma coisa em mim havia mudado.  Eu já não era mais o mesmo. Eu tinha escutado algo como uma voz, um chamado: estava convencido que deveria me tornar um sacerdote. Essa experiência na fé é importante. Ele está nos esperando, Ele se antecipa. Nós, em espanhol, temos uma expressão que explica isso bem: “O Senhor sempre nos “primerea” (se faz primeiro), Ele é sempre o primeiro, Ele está nos esperando”. E isso é mesmo uma grande graça: encontrar alguém que nos está esperando há muito. Tu vais pecador, mas Ele está a sua espera para perdoar-te. Essa é a experiência que os profetas de Israel descreveram dizendo que o Senhor é como a primeira flor da primavera (Ger 1.11-12). Antes que venham as outras flores, Ele já está ali: Ele que espera. O Senhor nos espera. E quando nós O procuramos, encontramos esta realidade: que é Ele que nos aguarda para nos acolher e para nos dar Seu amor. E isso leva ao nosso coração uma maravilha tal que nos custa acreditar, e assim vai crescendo a fé! Com o encontro com uma pessoa, com o encontro com o Senhor. Alguém dirá: “Não, eu prefiro estudar a fé nos livros”. É importante estudá-la, mas, olhe, somente isso não basta. O importante é o encontro com Jesus, o encontro com Ele, e isso te dá fé, porque é de fato Ele que a entrega a nós. Vocês mesmos falam da fragilidade da fé e de como fazer para vencê-la. O maior inimigo da fragilidade - é curioso, não é mesmo? -  é o medo. Mas não tenham medo. Somos frágeis e sabemos disso. Mas Ele é mais forte. Se tu vais com Ele, não há problema. Crianças são seres fragilíssimos – hoje vi tantas -, mas têm seus pais, têm suas mães: estão seguras. Com o Senhor estamos seguros. A fé cresce com o Senhor, da própria mão do Senhor; isso a faz crescer e se tornar forte. Mas se pensarmos que podemos nos arranjar sozinhos... Pensemos no que aconteceu a Pedro: “Senhor, eu jamais te renegarei” ( Mt 26,33-35); e depois cantou o galo, ele já O havia renegado três vezes ( vv 69-75). Pensemos: quando temos demasiada confiança em nós mesmos, somos muito mais frágeis. Sempre com o Senhor! E dizer “com o Senhor” significa dizer com a Eucaristia, com a Bíblia, com a oração... mas também com a família, também com as mães, porque elas são aquelas que nos levam ao Senhor; é a mãe, é aquela que sabe de tudo. Então, orai também a Nossa Senhora e peçais que, como mãe, ela nos torne fortes. Isso é o que penso sobre a fragilidade, ao menos é a minha experiência. Uma coisa que me deixa forte todos os dias é rezar o Rosário a Nossa Senhora. Eu sinto uma força tão grande, porque vou de encontro a ela e me sinto forte.


Segunda resposta do Papa Francisco


Penso que todos nós aqui, a gente sente o desafio da evangelização, que é o coração da nossa experiência. E, por isso, diz a pergunta: “Como entender este desafio do nosso tempo? Qual é a coisa mais importante? Como devemos atuar para colocar na prática esse nosso dever? Como comunicar de modo eficaz a nossa fé, hoje?”

Eu posso dizer três palavras: a primeira é “Jesus”. O que é mais importante: Jesus! Se nós seguimos adiante como organização, com coisas boas, mas sem Jesus, a coisa não vai bem. Jesus é o mais importante. Mas, agora, eu gostaria de dar uma bronca fraternal. Vocês gritaram: “Francisco, Francisco, Papa Francisco”! Mas onde estava Jesus? Eu gostaria que vocês gritassem: “Jesus, Jesus”! É Ele o Senhor, é Ele que está no meio de nós. Daqui em diante, não mais Francisco; mas gritem “Jesus”!
A segunda palavra é a “Oração”. Olhar o rosto de Deus. Mas, sobretudo, sentir-se olhado por Ele. O Senhor olha para nós. Ele nos vê antes. E a minha experiência, que é o que eu sinto quando vou rezar na Igreja diante do Senhor – algumas vezes eu durmo um pouquinho; um pouco de cansaço e eu me adormeço -, mas eu sinto tanto conforto porque eu sei que Ele está olhando para mim.  E a gente fica lá, falando, falando... mas vamos nos deixar olhar por Ele.  Isso nos dá força e nos ajuda a testemunhar.  Porque a pergunta era sobre o testemunho, não?  Em primeiro lugar, Jesus, em segundo, a oração. Quando a gente sente que Jesus está segurando a nossa mão.  O importante é deixar-nos guiar por Ele. E isso é mais importante. Porque somos verdadeiros evangelizadores quando nos deixamos guiar por Ele. Em algum momento, talvez eu estava dormindo um pouquinho, à tarde, e eu tive aquela visão de um lençol com todos os animais (os animais impuros) e ele (Pedro) viu que o Espírito Santo estava lá. Pedro se deixou guiar, então, por Jesus para chegar até aquela primeira evangelização. Isso era impensável naquele tempo. Deixar-se guiar por Jesus. Ele é o nosso líder.
O terceiro ponto é o “Testemunho”. Então: Jesus, oração – deixar-nos guiar por Ele – e, depois, o testemunho.  Esse deixar-se guiar por Ele nos causa surpresa. A gente pode pensar  a evangelização, a gente pode botá-la na mesa, fazer contas, fazer estratégias... mas isso é um pequeno instrumento. O importante é Jesus. É deixar-nos guiar por Ele. E, depois, a gente faz estratégias, ela é secundária. Então, o testemunho, a comunicação da fé, que passa, sobretudo pelo testemunho. E através da luz do amor. Não com as nossas ideias. É com o Evangelho que vivemos a nossa vida. É como uma sinergia que o Espírito Santo faz viver dentro. É isso que faz o testemunho. Mas a Igreja é levada adiante pelos santos. São os santos que dão esse testemunho. Como disse João Paulo II, e Bento XVI, nós precisamos tanto de testemunhas.  Não de mestres, mas de testemunhas. Que falem com as suas vidas. Tenham coerência nas suas vidas. Uma coerência que vive o cristianismo como um encontro, e não como um fator social. Não. A gente é assim socialmente, nós somos cristãos... Não! O testemunho.  


Terceira Resposta do Papa Francisco.

A terceira pergunta é: como nós podemos viver uma Igreja pobre para os pobres? E de que modo o homem que sofre é um questionamento para nossa fé? Que contributo nós podemos dar à Igreja e à sociedade para enfrentar esta crise tão grave que toca a ética pública? (Isso é importante). Um modelo de desenvolvimento político, econômico. Resumindo: um novo modo de ser, homens e mulheres.
Então vamos recomeçar a partir do testemunho. O primeiro ponto é viver o Evangelho, que é o principal contributo que nós podemos dar.  A Igreja não é um movimento político. E não é uma estrutura bem organizada.  Não é assim. Nós não somos uma ONG.  Quando a Igreja é uma ONG perde o sal, perde o gosto, perde o sabor.  Sejam expertos, heim! Porque o diabo nos engana. Existe o perigo do eficientismo. Uma coisa é pregar Jesus, e outra coisa é a eficácia. Isso é um outro valor. O fundamental valor da Igreja é o Evangelho.  É o testemunho da nossa fé.  O sal da terra, a luz do mundo.  Chamado a ser fermento no seio da terra do Reino de Deus.  E o faz, antes de tudo, com o testemunho do amor fraterno, da solidariedade, da compartilha. Quando se ouve alguém dizer que a solidariedade não é um valor, é um comportamento primário, que tende a desaparecer, isso não está certo.  Essa é uma eficácia só mundana.
Esses momentos de crise, como os que estamos vivendo,  que a gente vive num mundo de mentira: a mentira é uma crise. Esse é um momento de crise. Mas não é uma crise só econômica.  Não é uma crise só cultural. É uma crise do próprio homem.  O que está em crise é o homem.  E o que pode ser destruído é o homem.  Mas o homem é a imagem de Deus. Então é uma crise profunda. Nesse momento de crise a gente não pode só se preocupar conosco mesmos; a fecharmo-nos na solidão; numa sensação de impotência diante dos problemas. Esse risco a gente tem que evitar.  A gente não pode se fechar nas associações, nas paróquias, nos movimentos. O problema é que quando a Igreja se fecha ela adoece. A Igreja tem que sair de si mesma. Ir aonde? Às periferias existenciais.  Jesus disse: Ide e Pregai.  Jesus pedia testemunho do Evangelho.  Se a pessoa sai na rua, pode acontecer o que acontece com todos, pode acontecer um acidente. Mas eu prefiro mil vezes uma Igreja que sofre um acidente do que uma Igreja doente porque está fechada. Saia, saia.  Pense também no que diz o Apocalipse: que Jesus está na porta e chama, pede para entrar. Esse é o sentido do Apocalipse.  Então vamos nos perguntar: quantas vezes Jesus está e pede para sair? Nós não o deixamos sair. Porque nós estamos fechados em estruturas envelhecidas. Nós temos que ser livres como filhos de Deus. E sair. Abrirmos as portas. E nessa saída é importante falar do encontro. O encontro com os outros.  Porque a fé é um encontro com Jesus.  E a gente tem que fazer a mesma coisa. Como Jesus nós temos que encontrar os outros. E nós vivemos uma cultura do conflito, da fragmentação: o que eu não preciso eu jogo fora.  Cultura do descartável. Vocês pensem, por exemplo, nos idosos – que são a sabedoria -, pensem nas crianças... cultura do descartável. Nós temos que ir ao encontro. E temos que fazer com a nossa fé uma cultura do encontro. Uma cultura da amizade na qual encontramos irmãos. E que podemos conversar com pessoas que pensam de modo diferente. E com pessoas que têm outras crenças. Que não pensam como nós. Mas todos têm algo em comum: são imagem de Deus, são filhos de Deus. Nós temos que criar encontros com todos. Sem pensar na nossa pertença. Isso é importante. Se sairmos de nós mesmos nós encontramos a pobreza. Isso machuca o coração. Hoje, encontrar um sem-teto morto de frio não faz mais notícia. Notícia são escândalos. Escândalo, sim, que é notícia. Hoje, pensar que muitas crianças não têm o que comer não é notícia. Isso é grave. A gente não pode ficar tranquilo. “Ah, as coisas são assim”. Nós não podemos ser cristãos em quadradinhos, perfeitinhos, que falamos de coisas teológicas enquanto tomamos chazinho num salão. Nós temos que ser cristãos corajosos. Nós temos que ir procurar aqueles que são a carne de cristo. Quando eu vou confessar eu fazia sempre esta pergunta: “Mas você dá esmola? E quando você dá esmola você olha nos olhos da pessoa a quem você está dando? Você toca a mão da pessoa? Ou joga a moeda e bota a mão no bolso?” É esse o problema: tocar a carne de Cristo é assumir a dor dos pobres. Pobreza para nós cristãos não é uma categoria filosófica, sociológica ou cultural. Não. Pobreza é uma categoria teologal. Eu diria que é a primeira categoria. Porque aquele filho de Deus se abaixou, se fez pobre para caminhar conosco, na nossa estrada. É esta a pobreza. A pobreza da carne de Cristo.
Uma Igreja pobre, para os pobres, começa a andar com a carne de Cristo. Se nós formos até a carne de Cristo, nós começamos a entender, realmente, o que é essa pobreza. A pobreza do Senhor. E isso não é fácil. Mas também tem um problema que não faz bem aos cristãos: o espírito mundano; a mundanidade espiritual. É isso que nos leva a uma suficiência, a viver o espírito do mundo, e não o espírito de Jesus.
E como enfrentar a crise que toca a ética pública, o modelo de desenvolvimento, a política? Assim como essa é uma crise do homem, que destrói o homem, é uma crise que subtrai a ética do homem.  Faz-nos pensar que tudo é possível. A gente vê, quando lê os jornais, que a falta de ética na vida pública faz tanto mal a toda humanidade. 

O Pontífice contou a história de um rabino do século XII que narra a construção da Torre de Babel, onde os tijolos eram mais importantes do que os construtores. Quando um tijolo se quebrava, era um drama e o operário era punido. Mas se um operário se machucava, isso não era um problema. “Isso acontece hoje: se os investimentos nos bancos caem, é uma tragédia. Mas se as pessoas morrem de fome, não têm o que comer ou não têm saúde, não é um problema! Esta é a nossa crise de hoje! E o testemunho de uma Igreja pobre para os pobres vai contra esta mentalidade.”

Enfim, a quarta e última pergunta: como ajudar nossos irmãos que sofrem por testemunhar Cristo?
Para anunciar o Evangelho, respondeu, são necessárias duas virtudes: a coragem e a paciência. Os que sofrem estão na Igreja da paciência. "Hoje existem mais mártires do que no primeiro século. Eles levam a fé até o martírio. Mas o martírio nunca é uma derrota. O martírio é o grau mais alto do testemunho". “Deve-se precisar que muitas vezes esses conflitos não têm uma origem religiosa; frequentemente têm outras causas de tipo social e político, e infelizmente as pertenças religiosas são usadas como gasolina no fogo". Um cristão deve sempre saber responder o mal com o bem.Vamos tentar fazer a esses irmãos e irmãs que nós estamos juntos com eles. Eles estão na paciência. Vamos rezar para esses irmãos e irmãs. Vocês estão rezando por eles nas suas orações de todos os dias? Que essa experiência deles ajude a promover a liberdade religiosa. 
"Todo homem e toda mulher devem ser livres na sua confissão religiosa, qualquer que seja. Por que? Porque aquele homem e aquela mulher são filhos de Deus.” (Fonte: News.Va)

Obrigado a todos vocês, e não se esqueçam: não queremos uma Igreja fechada; queremos uma Igreja que sai, que vá às periferias existenciais. Que o Senhor nos guie fora dela.



Clique aqui para assistir ao vídeo do Centro Televisivo Vaticano. (colocar na barra inferior do vídeo em "audio_por", para ouvir a tradução simultânea em língua portuguesa)

sábado, 4 de maio de 2013

ABORTO - Quando Começa a Vida Humana?


Aceitar o fato de que, após a fecundação, um novo indivíduo começou a existir já não é questão de gosto ou de opinião. A natureza humana do ser humano, desde a concepção até a velhice, não é uma hipótese metafísica, mas sim uma evidência experimental." (Jérome Lejeune - Pai da Genética Moderna)






O Senado norte-americano, impressionado pela problemática do aborto, pôs-se a considerá-la com seriedade. E, a fim de tomar posição, procurou informações dos cientistas a respeito do momento em que o concepto pode ser considerado autêntico indivíduo humano, pois tal questão é decisiva para se definirem os direitos da criança. Em vista de uma resposta, foi consultado, entre outros, o prof. Jérôme Lejeune, francês; os títulos e méritos desse mestre e sua posição se acham expostos no texto que transcrevemos a seguir e que corresponde ao relatório apresentado à Comissão Senatorial encarregada do inquérito, em 23 de abril de 1981. O próprio autor deu a seu trabalho o título de Testemunho.

"Meu nome é Jérôme Lejeune. Doutor em Medicina e em Ciências, sou responsável pela Clínica e pelo Laboratório de Genética do Hospital de Pediatria destinado aos pacientes feridos por debilidade mental. Após ter pesquisado em tempo integral durante dez anos, tornei-me professor de Genética Fundamental na Universidade René Descartes.
Há cerca de 23 anos descrevi a primeira doença cromossômica em nossa espécie, devida ao cromossomo 21 extranumerário, típico do mongolismo.
Em conseqüência, tive a honra de receber o Prêmio Kennedy das mãos do falecido presidente e a William Allen Memorial Medal da Sociedade Americana de Genética Humana. Sou membro da American Academy of Arts and Sciences.
Com meus colegas do Instituto de Genética de Paris, nos dedicamos à descrição das etapas fundamentais da hereditariedade humana. Pelo estudo comparativo de numerosas espécies de mamíferos, inclusive os símios antropóides, estudamos as variações cromossômicas registradas no decorrer da evolução. Na espécie humana, analisamos mais precisamente os efeitos desfavoráveis de certas aberrações cromossômicas.
Nesses anos demonstramos pela primeira vez que uma doença cromossômica pode ser combatida por um tratamento adequado... Mostramos que um tratamento químico pode curar a lesão cromossômica em culturas de tecidos. Mais: uma dosagem apropriada de produtos químicos (monocarbonatos e suas moléculas vetoras) melhora simultaneamente o comportamento e as atividades mentais das crianças afetadas. Assim a pesquisa meticulosa realizada sobre certos mecanismos da vida pode levar a uma proteção direta de vidas humanas em perigo.
Quando começa um ser humano?
Desejo trazer a essa questão a resposta mais exata que a ciência pode atualmente fornecer. A biologia moderna ensina que os ancestrais são unidos aos seus descendentes por um liame material contínuo, pois é da fertilização da célula feminina (o óvulo) pela célula masculina (o espermatozóide) que emerge um novo indivíduo da espécie humana.
A vida tem uma longa história, mas cada indivíduo tem o seu início muito preciso, o momento de sua concepção.
O liame material é o filamento molecular do ADN. Em cada célula reprodutora, essa fita, de um metro de comprimento aproximadamente, é cortada em segmentos (23, na nossa espécie). Cada segmento é cuidadosamente enrolado e empacotado (como uma fita magnética em minicassete), tanto que no microscópio aparece como um bastonete: um cromossomo.
Desde que os 23 cromossomos do pai se juntam aos 23 cromossomos da mãe, está coletada toda a informação genética necessária e suficiente para exprimir todas as características inatas do novo indivíduo. Isso se dá à semelhança de um minicassete introduzido num gravador; sabe-se que produz uma sinfonia. Assim também o novo ser começa a se exprimir logo que foi concebido.
As ciências da natureza e as ciências jurídicas falam a mesma linguagem. A respeito de um indivíduo que goza de boa saúde, o biólogo diz que tem boa constituição; a respeito de uma sociedade que se desenvolve harmoniosamente para o bem de todos os seus membros, o legislador afirma que ela tem uma Constituição equilibrada.
Um legislador não consegue entender uma lei particular antes que todos os seus termos tenham sido clara e plenamente definidos. Mas, quando toda essa informação lhe é oferecida e a lei foi votada, ele pode ajudar a definir os termos da Constituição.
Como trabalha a natureza ?
Trabalha de modo análogo. Os cromossomos são as tábuas da lei da vida; quando eles são reunidos no novo indivíduo (a votação da lei é figura da fecundação do óvulo pelo esperma), eles descrevem inteiramente a Constituição dessa nova pessoa.
É surpreendente a miniaturização da escrita. É difícil crer, embora esteja acima de qualquer dúvida, que toda a informação genética, necessária e suficiente para construir nosso corpo e até nosso cérebro (o mais poderoso engenho para resolver problemas, capaz até de analisar
as leis do universo), possa ser resumida a tal ponto que seu substrato material possa subsistir na ponta de uma agulha!
Mais impressionante ainda é a complexa soma de informação genética por ocasião do amadurecimento das células reprodutoras, a tal ponto que cada concepto recebe uma combinação inteiramente original, que nunca se produziu antes e que não se reproduzirá tal qual no futuro. Cada concepto é único e, portanto, insubstituível. Os gêmeos idênticos e os hermafroditas verdadeiros são exceções â regra: cada ser humano é uma combinação genética. E notemos que as exceções devem ocorrer no momento da concepção. Acidentes posteriores não levam a um desenvolvimento harmonioso.
Todos esses fatos são conhecidos há muito tempo; todos os cientistas já outrora estariam de acordo em dizer que, se existissem bebês de provetas, eles evidenciariam a autonomia do concepto; a proveta não possuiria nenhum título de propriedade sobre eles. Ora os bebês de proveta já existem.
Experiências recentes
Quantas células são necessárias para a construção de um indivíduo?
A resposta nos é dada por experiências recentes.
Se conceptos precoces de camundongos são tratados com enzimas, as suas células se desagregam. Se, porém, misturarmos tais suspensões celulares provenientes de embriões diferentes, veremos que as células voltam a se reunir. O número máximo de células que operam para a elaboração de um indivíduo é três.
O ovo fecundado normalmente divide-se em duas células: uma delas se divide imediatamente de novo. Assim se forma o número ímpar e surpreendente de três células, encapsuladas em seu invólucro protetor.
Segundo os nossos mais adiantados conhecimentos, a individuação (ou a formação de três células fundamentais) é a primeira etapa após a concepção, à qual se segue dentro de poucos minutos.
Tudo isso explica por que os doutores Edwards e Steptoe puderam ser testemunhas de fecundação, em proveta, de um óvulo da Sra. Brown por um espermatozóide do Sr. Brown. O minúsculo concepto que eles implantaram alguns dias mais tarde no útero da Sra. Brown não podia ser nem um tumor, nem um animal. Era, na verdade, a extremamente jovem Luísa Brown, que tem hoje a idade de três anos.
A viabilidade do concepto é extraordinária. Por experiência, sabemos que um concepto de camundongo pode ser congelado ao frio intenso (até de 29 graus) e, depois de reaquecimento delicado, ser implantado com êxito. Para que haja o ulterior crescimento, requer-se necessariamente a acolhida numa mucosa uterina que forneça a alimentação apropriada à placenta embrionária. No interior da sua cápsula vital, que é a bolsa amniótica, o novo indivíduo é tão viável quanto um astronauta dentro do seu escafandro sobre a Lua: o abastecimento de fluidos vitais deve ser fornecido pelo organismo da mãe. Essa alimentação é indispensável à sobrevivência, mas ela não `faz' a criança; da mesma forma nem a nave espacial mais aperfeiçoada pode produzir um astronauta. Essa comparação ainda é mais significativa quando o feto se mexe. Graças a uma aparelhagem ultra-sônica muito requintada, o professor Ian Donald, da Inglaterra, conseguiu produzir no ano passado um filme que mostra a mais jovem "estrela" do mundo, ou seja, um bebê de onze semanas a dançar no útero materno. 0 bebê, pode-se dizer, brinca no trampolim !
Dobra os joelhos, apóia-se na parede, levanta-se e cai. Visto que o seu corpo tem a densidade do fluido amniótico, ele não sente a gravidade e dança muito lentamente, com uma graça e uma elegância totalmente impossíveis em algum outro lugar da terra. Somente os astronautas, em suas condições de não gravidade, conseguem tal suavidade de movimentos.
A propósito notamos que, quando se tratava da primeira caminhada no espaço, os técnicos tiveram de escolher o lugar onde desembocariam os tubos portadores dos fluidos vitais. Escolheram então finalmente a fivela do cinturão do escafandro, reinventando assim o cordão umbilical.
Quando tive a honra de dissertar perante o Senado, tomei a liberdade de evocar o conto de fada do homem menorzinho do que o dedo mindinho.
Com dois meses de idade, o ser humano tem menos de um polegar de comprimento, desde o ápice da cabeça até a ponta do traseiro. Ele estaria muito à vontade numa casca de nozes, mas tudo já se encontra nele: as mãos, os pés, a cabeça, os órgãos, o cérebro, tudo está no seu lugar certo. O coração já bate há um mês. Olhando de mais perto, veríamos as dobras das suas palmas de mão e uma quiromante leria as mãos dessa minúscula pessoa. Com uma boa lente de aumento, descobriríamos as marcas digitais. Tudo estaria aí para se fazer a carteira de identidade desse indivíduo.
Com a extrema sofisticação da nossa tecnologia, podemos vislumbrar a vida privada dessa criaturinha. Aparelhos especiais gravam a música mais primitiva: um martelar surdo, profundo, regular, de 60/70 batidas por minuto (o coração da mãe) e uma cadência rápida, aguda, de 150/170 batidas por minuto (o coração do feto) se sobrepõem, imitando os compassos de orquestra e realizando os ritmos básicos de toda música primitiva, sem dúvida, porque é a primeira que o ouvido humano consegue ouvir.
Assim observamos o que o feto sente, ouvimos o que ele ouve, provamos o que ele saboreia e vimo-lo realmente dançar, cheio de graça e de juventude. A ciência transformou o conto de fada do Pequeno Polegar numa história verídica, história que cada um de nós viveu no seio de sua mãe.
E, para que melhor percebam a exatidão das nossas observações,  acrescentamos: Se, logo depois da concepção, vários dias antes da implantação, uma única célula fosse retirada desse indivíduo semelhante a uma amora minúscula, poderíamos cultivar essa célula e examinar os seus cromossomos. Se um estudante, observando-a ao microscópio, não fosse capaz de reconhecer o número, a forma e o aspecto das fitas de seus cromossomos, se ele não soubesse dizer com certeza se essa célula provém de um símio ou de um ser humano, ser-ia reprovado no exame.
Aceitar o fato de que, após a fecundação, um novo indivíduo começou a existir já não é questão de gosto ou de opinião. A natureza humana do ser humano, desde a concepção até a velhice, não é uma hipótese metafísica, mas sim uma evidência experimental."


sábado, 30 de março de 2013

Oração Universal - Sexta-feira Santa

A Igreja Católica, na Sexta-feira Santa (da Paixão), faz uma bela oração:


ORAÇÃO UNIVERSAL



1. Pela santa Igreja

Oremos, irmãos irmãs caríssimos, pela santa Igreja de Deus: que o Senhor nosso Deus lhe dê a paz e a unidade, que Ele a proteja por toda a terra e nos conceda uma vida calma e tranquila, para sua própria glória. 

Deus eterno e todo-poderoso, que em Cristo revelastes a vossa glória a todos os povos, velai sobre a obra do vosso amor. Que a vossa Igreja, espalhada por todo o mundo, permaneça inabalável na fé e proclame sempre o vosso nome. Por Cristo, nosso Senhor.

2. Pelo papa

Oremos pelo nosso Santo Padre, o Papa FranciscoSenhor nosso Deus, que o escolheu para o episcopado, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja, governando o povo de Deus.


Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes todas as coisas com sabedoria, dignai-vos escutar nossos pedidos: protegei com amor o pontífice que escolhestes, para que o povo cristão que governais por meio dele possa crescer em sua fé. Por Cristo, nosso Senhor.

3. Pelo clero e pelos leigos 

Oremos pelo nosso bispo ( .. .),  por todos os bispos, presbíteros e diáconos da Igreja e por todo o povo fiel.

Deus eterno e todo poderoso, que santificais e governais pelo vosso Espírito todo o corpo da Igreja, escutai as súplicas que vos dirigimos por todos os irmãos ministros do vosso povo. Fazei que cada um, pelo dom da vossa graça, vos sirva com fidelidade. Por Cristo, nosso Senhor.

4. Pelos catecúmenos

Oremos pelos (nossos) catecúmenos: que o Senhor nosso Deus abra os seus corações e as portas da misericórdia, para que, tendo recebido nas águas do batismo o perdão de todos 
os seus pecados, sejam incorporados no Cristo Jesus.


Deus eterno e todo-poderoso, que por novos nascimentos tornais fecunda a vossa Igreja, aumentai a fé e o entendimento dos (nossos), catecúmenos, para que, renascidos pelo batismo, sejam contados entre os vossos filhos adotivos. Por Cristo, nosso Senhor.

5. Pela unidade dos cristãos

Oremos por todos os nossos irmãos e irmãs que creem em Cristo, para que o Senhor nosso Deus se digne reunir e conservar na unidade da sua Igreja todos os que vivem segundo a verdade.

Deus eterno e todo-poderoso, que reunis o que está disperso e conservais o que está unido, velai sobre o rebanho do vosso Filho. Que a integridade da fé e os laços da caridade unam os que foram consagrados por um só batismo. Por Cristo, nosso Senhor.

6. Pelos judeus

Oremos pelos judeus, aos quais Senhor nosso Deus falou em primeiro lugar, a fim de que cresçam na fidelidade de sua aliança e no amor do seu nome.

Deus eterno e todo-poderoso, que fizestes vossas promessas a Abraão e seus descendentes, escutai as preces da vossa Igreja. Que o povo da primitiva aliança mereça alcançar a plenitude da vossa redenção. Por Cristo, nosso Senhor.

7. Pelos que não creem em Cristo

Oremos pelos que não creem no Cristo, para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam também ingressar no caminho da salvação.

Deus eterno e todo-poderoso,dai aos que não creem no Cristo e caminham sob o vosso olhar com sinceridade de coração chegar ao conhecimento da verdade. E fazei que sejamos no mundo testemunhas mais fiéis da vossa caridade, amando-nos melhor uns aos outros e participando com maior solicitude do mistério da vossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.

8. Pelos que não creem em Deus

Oremos pelos que não reconhecem Deus, para que, buscando lealmente que é reto, possam chegar ao Deus verdadeiro.

Deus eterno e todo-poderoso, vós criastes todos os seres humanos e pusestes em seu coração o desejo de procurar-vos para que, tendo-vos encontrado, só em vós achassem repouso. Concedei que, entre as dificuldades deste mundo, discernindo os sinais da vossa bondade e vendo o testemunho das boas obras daqueles que crêem em vós, tenham a alegria de proclamar que sois o único Deus verdadeiro e Pai de todos os seres humanos. Por Cristo, nosso Senhor.

9. Pelos poderes públicos


Oremos por todos os governantes: que o nosso Deus e Senhor, segundo sua vontade, dirija-lhes o espírito e o coração para que todos possam gozar da verdadeira paz e liberdade.

Deus eterno e todo-poderoso, que tendes na mão o coração dos seres humanos e o direito dos povos, olhai com bondade aqueles que nos governam. Que por vossa graça se consolidem por toda a terra a segurança e a paz, a prosperidade das nações e a liberdade religiosa. Por Cristo, nosso Senhor.

10. Pelos que sofrem provações

Oremos, irmãos e irmãs, a Deus Pai todo-poderoso, para que livre o mundo de todo erro, expulse as doenças e afugente a fome, abra as prisões e liberte os cativos, vele pela segurança dos viajantes e transeuntes, repatrie os exilados, dê saúde aos doentes e a salvação aos que agonizam.

Deus eterno e todo-poderoso, sois a consolação dos aflitos e a força dos que labutam. Cheguem até vós as preces dos que clamam em sua aflição, sejam quais forem os seus sofrimentos, para que se alegrem em suas provações com o socorro da vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.

Acrescente os seus pedidos a Deus Pai sempre em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.